Nordeste Transmontano

Distrito já tem delegação da Sociedade Portuguesa de Esclerose Múltipla

Publicado por António G. Rodrigues em Ter, 2021-06-15 12:08

O distrito de Bragança já tem uma delegação regional da Sociedade Portuguesa de Esclerose Múltipla, de forma a permitir maior apoio de proximidade aos cerca de 60 pacientes do Nordeste Transmontano.

O Dia Mundial da Esclerose Múltipla assinalou-se no passado domingo, com algumas atividades também na região, como uma caminhada e várias sessões digitalmente.
Patrícia Lopes é a coordenadora regional, depois de ter sido confrontada com um diagnóstico que não esperava.

"A necessidade aguça o engenho. Diagnosticaram-me em 2019 e eu comecei a pesquisar, de forma a ter algum apoio e cheguei ao contacto com a Sociedade Portuguesa de Esclerose Múltipla, que me desafiou a criar uma delegação regional", contou ao Mensageiro.

Neste momento, "falta uma sede" à delegação, que pretende "angariar mais associados" na região. "A sede não tem que ser um edifício, pode ser uma sala", explica Patrícia Lopes.
"Pretendemos fazer protocolos com instituições. Aqui temos os doentes espalhados por vários concelhos e as distâncias são um problema. Os protocolos a nível local podem dar uma ajuda", sublinhou.

A SPEM oferece apoio jurídico, psicológico e outros, como fisioterapia.

"O papel da SPEM é muito importante porque luta pelos direitos das pessoas com esclerose múltipla. Por exemplo, alertou as autoridades de saúde para a necessidade de incluir estes pacientes entre a vacinação prioritária pois somos imunodeprimidos".

A luta por uma maior consciencialização da doença é outro dos objetivos da SPEM.

"Antigamente, era mais difícil diagnosticar. Um dos nossos objetivos é fazer com que o diagnóstico seja cada vez mais rápido", apontou Patrícia Lopes. Para isso, a SPEM lançou recentemente um "Consenso Estratégico Nacional para a Esclerose Múltipla.

"Quanto mais cedo for o diagnóstico, mais depressa se começa a travar a progressão da doença", frisou.

Segundo explicou ao Mensageiro, esta é "a doença das mil caras" pelas diferentes formas como se manifesta.

É uma doença incurável e degenerativa, que leva os pacientes a piorarem ao longo do tempo, afetando também a mobilidade. Para além disso, as consultas no setor público "demoram muito tempo" e atrasam o diagnóstico em muitos casos.

Na região, "a maior dificuldade é fazer uma ressonância magnética, um exame que ajuda a identificar a doença", explicou.

Em Portugal, há pelo menos oito mil pacientes diagnosticados, 2,5 milhões em todo o mundo, mas "falta um cadastro nacional que permita conhecer a situação ao certo".

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