Vinhais

Feira do Fumeiro gera negócios de seis milhões de euros

Publicado por Glória Lopes em Ter, 2019-02-05 17:15

Muito público e muitos milhões a circular são as expectativas para a 39ª edição da Feira do Fumeiro de Vinhais, marcada de 7 a 10 de fevereiro. Este ano a fasquia do número de visitantes já perspectiva 80 mil, num evento que gera um volume de negócios de cerca de seis milhões de euros e que há muito deixou de ser concelhio para se tornar de dimensão regional.

Este ano na feira estarão presentes 70 produtores individuais de fumeiro, dos quais 36 são do concelho de Vinhais e três vão participar pela primeira vez e oito unidades de transformação, nomeadamente quatro de Vinhais, três de Bragança e uma de Vimioso. “A feira não beneficia só o concelho mas toda a região. Teremos cá produtores de nove concelhos que produzem fumeiro com a nossa Indicação Geográfica Protegida (IGP)”, deu conta o presidente da câmara de Vinhais, Luís Fernandes, durante a apresentação do certame, na passada segunda-feira, que teve lugar no Centro Interpretativo do Porco e do Fumeiro, um dos equipamentos construídos há poucos anos que também prova a importância desta produção para o concelho de Vinhais.

Para além dos números que todos os anos crescem e marcam o certame, a feira ajudou a impulsionar a fileira dos suínos de raça bísara, primeiro com o reconhecimento da qualidade do fumeiro, com IGP e nos últimos anos com a venda de carne desses porcos, nomeadamente a de leitão, que já representa 80% da comercialização de carne de suíno de raça bísara, vendida, sobretudo, para a zona do Porto e também para a Bairrada. “A raça bísara começou a ser conhecida e a ganhar nome. São os restaurantes que pedem estes leitões. Além disso a produção também foi impulsionada pela alheira de Mirandela que tem que usar carne de porco bísaro”, afirmou Pedro Fernandes, coordenador da Associação Nacional de Criadores de Suínos da Raça Bísara (ANCSUB), cuja sede é em Vinhais. Um dos indicadores do aumento da produção é o crescimento do número de porcas reprodutoras de raça bísara que subiu de quatro mil para seis mil, desde 2014. As explorações licenciadas no concelho aumentaram de 100 para 200.

Para ter bons produtos na feira nada é deixado ao acaso, pois desde o início que se aposta na “venda de um produto diferenciado”, realçou Luís Fernandes.
A produção é controlada desde o nascimento dos animais até à venda dos enchidos. Em setembro foram identificados 500 suínos pelos técnicos da ANCSUB como estando em condições de serem abatidos e transformados pelos pequenos produtores. Estarão presentes no certame. “São eles que conferem a genuinidade ao produto”, realçou Pedro Fernandes. Este ano espera-se bom fumeiro. “Dadas as condições climatéricas favoráveis, com muito frio e tempo seco, o que é favorável a uma boa cura dos enchidos”, referiu o autarca.

Durante os quatro dias da feira serão realizadas conferências e jornadas técnicas porque, segundo o autarca, “o conhecimento científico é importante para que a produção possa aumentar em qualidade e quantidade”. Tanto mais que há muitos jovens a entrar no negócio do fumeiro. Para além do pavilhão de exposição e venda dos enchidos, há um pavilhão gourmet, onde se encontram outros produtos e outra zona com artesanato e vários feirantes no exterior. No total são esperados 500 comerciantes.

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