Fogos deixaram marcas irreversíveis na paisagem e floresta do território de três concelhos do sul do distrito
O presidente da Associação de Produtores Agrícolas Tradicionais (APATA) acredita que o incêndio que deflagrou em 15 de agosto no Douro Internacional deixou marcas “irreversíveis e permanentes” na mancha florestal dos três concelhos atingidos pelas chamas.
Armando Pacheco disse que cerca de 80% dos quase 15 mil hectares de área ardida nos concelhos de Freixo e Espada à Cinta, Torre de Moncorvo e Mogadouro são floresta e que uma grande parte não vai regenerar, e em alguns casos serão precisas mais de duas décadas.
Dados do relatório nacional provisório do Sistema de Gestão de Informação de Incêndios Florestais (SIGF) a que a agência Lusa teve acesso indicavam que, até 24 de agosto, havia 11.697 hectares de área ardida no fogo que teve início no concelho de Freixo de Espada à Cinta e estendeu-se aos concelhos vizinhos de Torre de Moncorvo e Mogadouro.
“Estamos a falar do sobreiro, uma árvore que demora cerca de 30 anos a dar novamente cortiça, e há casos onde isso não vai acontecer, tal foi a violência do incêndio”, explicou o dirigente agrícola e florestal.
No caso do eucalipto, disse, é necessário esperar pela sua regeneração, que também leva tempo, ou, em caso de destruição, é necessária uma replantação.