Nordeste Transmontano

IPB apontado como exemplo por perito internacional

Publicado por AGR em Sex, 2019-02-01 16:40

O Instituto Politécnico de Bragança é um exemplo a seguir para os seus congéneres europeus. A ideia foi deixada terça-feira, em Bragança, pelo investigador holandês Jon File, durante um Simpósio dedicado às estratégias de internacionalização das Universidades de Ciências Aplicadas (UAS) na Europa, incluído na Semana de Internacionalização e Competitividade.

“Tenho informação de oito instituições. Nesse grupo, Bragança está claramente muito bem posicionado em diferentes dimensões. Tem programas em inglês, pessoal internacionalizado, mobilidade estudantil, investigação em parceria com pessoas de outros países”, sublinhou Jon File, que destacou ainda o facto de “s situação na região não ser a mais fácil de lidar”.

“Oferecer cursos de curta duração em locais mais perto do litoral é uma boa ideia, atrair pessoas do Brasil é bom mas, sobretudo, o importante é estabelecer parcerias”, apontou.
Este investigador holandês frisou que “é preciso perceber os pontos fortes” da instituição. “O centro de investigação de montanha é de classe mundial. Podem construir coisas semelhantes em campos em que são bons”, aconselha.

Sobre a importância da internacionalização, entende que “é uma forma de contactar com outras especializações e melhorar as próprias capacidades.
É uma forma de sobreviver no futuro. A demografia portuguesa, em geral, é complicada e o movimento de pessoas para Lisboa ou o Porto não vai parar”, sentencia.
Por outro lado, no estrangeiro “quem conhece o IPB respeita-o”. “Mas há muita gente que não o conhece”, sublinha.

No entanto, “os politécnicos portugueses são cada vez mais compreendidos nos outros países, pois são um setor importante de Portugal”, concluiu.
Antes de Jon File já o ministro da Ciência e Ensino Superior, Manuel Heitor, tinha apontado caminhos à internacionalização.

“Não há dúvida nenhuma pois estamos na Europa e queremos cada vez mais uma Europa com mais Portugal e Portugal com mais Europa. O papel do ensino superior é crítico. Nos últimos 20 anos, após Bolonha, multiplicámos por quatro a mobilidade, criámos as formações curtas, multiplicámos por cinco as formações pós-graduadas”, resumiu.
Por outro lado, o governante acredita que “internacionalizar é, também, empregar mais. E essa é, também, a responsabilidade do ensino superior. As nossas empresas trabalham em mercados globais e estudar no ensino superior é, também, aprender culturas, práticas, nomeadamente no contexto que vai muito para além das regiões e de Portugal”, explicou.
O ministro defendeu que “a internacionalização do ensino politécnico é particularmente crítica”.

“Por um lado, para desenvolver a formação de adultos, sobretudo através das formações curtas. Em segundo lugar, com as formações especializadas. Em terceiro, com as práticas de ensino-aprendizagem.

Hoje, na Europa, a formação de redes entre instituições requer, cada vez mais, consórcios nacionais para terem massa crítica associada às redes europeias. Este seminário é particularmente oportuno, 20 anos depois de Bolonha de 40 anos depois do ensino politécnico em Portugal.
Hoje, criar emprego e criar riqueza requer indiscutivelmente quadros qualificados.

As empresas que operam em mercados globais procuram e precisam de quadros qualificados. O papel do ensino superior, em articulação cada vez mais estreita com as empresas, é a única solução para uma sociedade mais moderna, competitiva, com mais coesão, e requer do lado das instituições, sobretudo do ensino politécnico, a adaptação da oferta formativa, sobretudo através de formações curtas”, apontou.

Manuel Heitor está convencido que “a experiência que os politécnicos trouxeram para Portugal através das formações curtas iniciais, os TESPs, é hoje fundamental estender-se aos adultos e à pós-graduação”. “E esse é um processo que só pode ser feito com os empregadores e que envolve, também, uma responsabilização coletiva das instituições e dos empregadores. Temos hoje exemplos muito bons, nomeadamente em Bragança”, frisou o ministro da Ciência.

Ensino superior estará mais próximo das empresas

O governante acredita que “o ensino tradicional nunca terminará, tem é de ser complementado com novas práticas e cada vez mais adotar processos de ensino-aprendizagem ativa”.
“Hoje os estudantes têm acesso a muita informação e o papel será criar mentes criativas, estabelecer o diálogo, que só pode ser feito se ensino, investigação e inovação estiverem em estreita colaboração.

Este triângulo educar, investigar e inovar, é essencial”, frisou.
Manuel Heitor sublinha que as mudanças no ensino politécnico “já estão em curso”. “Trazer mais as empresas para os politécnicos e desenvolver mais as formações curtas”, frisou o ministro.

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