A opinião de ...

POLITICA SIM……, MAS ASSIM, NÃO!

Apesar das muitas voltas que dei à cabeça, não fui capaz de entender, e muito menos de interpretar com o rigor possível, algumas das afirmações, (quase me apetecia chamar-lhes antes tiradas) proferidas pelo Sr. 1º ministro no último debate quinzenal na Assembleia da República, quando foi interpolado sobre o recente convite por ele formulado ao Engenheiro António da Costa Silva para integrar a estrutura do atual governo, não se percebendo muito bem as funções e as competências que irão ser-lhe atribuídas, qual mítico herói, vindo das lonjuras do tempo, para encarnar a figura de um paraministro, qual “alter ego” do próprio chefe do governo,
Confinado à minha ignorância destes meandros e coisas da política e dos políticos, assuntos sobre os quais, muitas vezes, quanto mais se fala mais se erra, só me restou voltar ao meu velhinho dicionário etimológico,( à tanto tempo esquecido), que na página 1222, diz textualmente que “político” deriva do grego “politikos” e significa aquele que trata da política e política, deriva do grego “politiké” e é a ciência do governo das nações. E é aqui que nasce toda a dificuldade em entender o que disse, ou talvez o que não quereria dizer o Sr. primeiro ministro quando, respondendo a uma interpolação na A.R. se limitou a dizer que “Os políticos fazem a política e os técnicos fazem o trabalho técnico” , e a outra questão incómoda, mas pertinente, colocada pelo deputado por Bragança Dr. Adão Silva, num despropositado e vulgaríssimo juízo de valor sobre o estado físico do interpelante, se limitou a dizer-lhe: “ Vejo que, cansado de estar num debate ao nível de estado, voltou à pequena mesquinhez da politiquice”. Seria caso para perguntar: E mais?
Comparando agora o que foi dito sobre a política e os políticos com a atual situação política do país, levanta-se uma série de dúvidas que exigem uma reflecção profunda e uma resposta urgente, a começar pelo próprio governo porque, faltando-lhe em competência o que lhe sobra em tamanho, põem muita coisa em causa, devendo explicar-nos:
- Os critérios utilizados para a seleção dos atuais governantes e do seu staf de apoio;
- Porque aparece agora a figura do paraministro, qual atestado de incompetência ou certidão de óbito passada a este governo;
- A dimensão faraónica dum governo que, à mesa do orçamento de estado, aboletou uma quantidade nunca vista de pessoal, de ministros e ministras, secretários e secretárias de estado, secretárias e secretários, a assessoras e assessores;
- Se muita desta gente não tem a inteligência e a dignidade de sair pelo seu pé, porque não se lhe indica a porta de saída.
E já agora, Sr. Primeiro ministro, porque os tempos que aí vêm não são para brincadeiras, para poupar o depauperado orçamento do estado, devolva procedência todos os políticos de ocasião e forme uma nova equipa forte e coesa, onde caibam apenas os melhores dos melhores, profissionais competentes, homens honestos, com caráter e perfil adequado, com espírito de missão, de serviço e tecnicamente bem preparados. O país precisa, o senhor pode e o nosso povo merece.

Edição
3786

Assinaturas MDB