A opinião de ...

Será que havia necessidade?

Com enorme estrondo, sem honra nem glória, caiu, finalmente, o Ministro da Administração Interna Dr. Eduardo Cabrita, esse tal que, vezes sem conta foi apresentado ao pais pelo primeiro ministro, como sendo um “excelente ministro”, sendo oportuno e justo perguntar ao Sr. Doutor António Costa se o “seu excelente ministro” caiu desta maneira, com que punção mágica conseguiu aguentar até ao fim tantos dos outros, manifestamente tudo menos excelentes.
Numa análise apriorística, porque em democracia são vulgares e mais que normais os pedidos de demissão, exonerações, substituições e nomeações, se não fossem os contornos de que se rodeou e, muito particularmente, o pretenso motivo próximo que a precipitou, seria apenas mais uma e, passados alguns dias, mais um a cair no rol esquecimento.
No entanto, por mais que se tente desvalorizá-la e branquear a situação por ela criada, porque o povo, muito brevemente, vai ser chamado a votar em novas eleições, de cujo resultado, para o bem e opara o mal, irá nascer um novo governo e, de uma vez por todas, travar as dúvidas e especulações agora levantadas, seria importante que o principal responsável deste governo em funções e já com fim à vista, fizesse tudo o que pode e o que deve para explicar ao país o que realmente se passou, com total clareza e sem subterfúgios, porque, o tipo de informação com que tentaram iludir o país, de tão miserável, infeliz, ridícula, vergonhosa e sem qualquer credibilidade, foi má demais para ser verdade e ser aceite por alguém.
Começando pelo dia e pela hora em que foi divulgada a opinião do ministério público, a quantidade e a qualidade das reações desencadeadas, a começar pelo ministro em causa, cuja atitude num evento em que participou de manhã faria pensar em tudo menos em que, nessa mesma tarde, (segundo ele afirmou só para não prejudicar o PS nas próximas eleições !) iria apresentar o pedido de demissão, e muito menos ainda que a sua exoneração e substituição por uma ministra do atual governo, manifestamente desgastada, cansada e insegura, (não esqueçamos que já assumiu publicamente a sua indisponibilidade para continuar num hipotético novo governo do PS e que, muito compreensivelmente, a sua principal preocupação será arrumar com tempo as suas coisas, e preparar o regresso à sua vida particular) iriam processar-se em tempo recorde à velocidade dum relâmpago, coisa por cá nunca vista, capaz de potenciar e justificar toda a espécie de perigosas suspeita, dúvidas e especulações.
Com total estupefação, o país não ouviu uma única palavra de solidariedade para com a família da vítima morta, a sobreviver com enormes dificuldades do tale “ministro excelente” o qual, para fugir às suas responsabilidades no desempenho das suas funções, com total insensibilidade e desplante, tentou imputar todas as culpas ao seu motorista, criando para si nesta oportunidade o estatuto de um qualquer “passageiro”, qual pendura descapitalizado a viajar à boleia.
Se rápida e corajosamente, ninguém puser a mão nisto, só nos resta uma perguntada:
Meus senhores, daqui para a frente, vamos votar em quem e para quê?

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