A opinião de ...

Projeção de futuro

São de alguma incógnita os tempos que se avizinham para nós, os cidadãos do Nordeste Transmontano, neste interior de Portugal, pois os sinais que vamos tentando perscrutar não são de molde a tirar grandes ilações.
Então os que se referem a um bem ou em benefício da nossa existência comunitária inscrevem-se mesmo na lista das tarefas mais espinhosas. Já os de sentido negativo, sem esforço, os vamos presenciando e sobretudo sentindo!
Desde esta perspetiva o que sabemos é que, fruto de decisões e estratégias políticas, de diversa matriz político-partidária, de durabilidade temporal persistente e indiferente grau orgânico, a vida neste território tem redundado em graves problemas de despovoamento, envelhecimento, carência de oportunidades, dificuldades de acesso a bens de serviço público e falta de dinamismo e desenvolvimento económico.
São demonstrativas muitas medidas, que não vão passando de anúncios, como o Programa “Trabalhar no Interior”, como medida impulsionadora para fixar trabalhadores e incentivo à mobilização geográfica que anunciava disponibilizar um apoio inicial de até 4.827 euros ou como o “Programa +CO3SO (Constituir, Concretizar e Consolidar Sinergias e Oportunidades)”, que tinha como principais objetivos a criação de novos postos de trabalhos, a promoção de emprego qualificado, captar investimentos exclusivamente para o interior, e a modernização de vários setores com o apoio das novas tecnologias.
Outras há, de inação grave, como a não inclusão no Plano Ferroviário Nacional do corredor ferroviário entre Porto – Bragança – Zamora ou da inalteração da fiscalidade para apoio a empresas fixadas ou a fixar no nosso território.
Assim confrontados, uma coisa parece certa e incontornável: mesmo em tempo de contenção ou até de sacrifícios económico-financeiros, a justiça, a equidade e a solidariedade dentro do País não pode ficar refém de critérios economicistas, de menosprezo das pessoas e das zonas onde estas vivem.
Há, por isso, muito a refletir, a analisar, a ponderar, a avaliar e até a deliberar, sobretudo por parte de cada uma e de cada um de nós cidadãos deste nordeste transmontano.
A ação política urge, em promoção do bem comum, pela formação e participação em grupos de reflexão e trabalho, em movimentos de cidadãos e plataformas sociais, por colaboração em rede, com propósitos consequentes de desenho e formulação de propostas de ação política para aqueles que venham a propor-se como candidatos ou a serem designados como tal, em todo o caso em candidatura alargada, plural e reforçada com base em programa eleitoral assim contruído.
Não podemos baixar os braços e deixar habitar em nós a resignação pois também depende de nós o futuro que queremos melhor que o presente.

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