A opinião de ...

Por dois mil e dezassete a dois mil e dezoito

Não fui um dos foliões da festança que se fez na despedida do 2017 e na chegada do 2018. Jantei um prato melhorado, li umas páginas de um dos livros que ando a ler, escrevi o meu diário e vi um pouco de televisão. Assim cumpridas algumas das minhas obrigações diárias, deitei-me à hora a que costumo deitar-me e, pouco depois, dormia na minha tranquilidade de uma noite muito longa.
Como sempre, não sonhei; e hoje acordei bem-disposto, se bem que, como é também meu costume, preocupado com o futuro. Vi o noticiário da televisão; e nele meditei um pouco, sobretudo naquela parte em que me foi dado ver a alegria de tanta gente! Ainda bem que muita gente se revelou bem-disposta e viveu alegres momentos, já que, segundo o ditado popular, ”tristezas não pagam dívidas”!
E por aqui fiquei (em casa) a preguiçar até tarde, altura em que me senti com vontade de continuar a minha escrita.
Depois deste repouso e de considerar sobre aqueles momentos de viva descontração, não me foi difícil chegar à conclusão de que é natural que tenham acontecido - necessários para tentarem minorar tudo o que fez chorar durante o ano que acabava; e certamente celebrar com regozijo tudo o que de bom, no mesmo ano, foi motivo de orgulho, sendo que o que aconteceu de mal fez inclinar a seu favor o fiel da balança em detrimento do que aconteceu de bem. E o que aconteceu de bem foi um grande movimento de solidariedade em torno de uma tragédia. Neste grande movimento que muito contribuiu para enxugar lágrimas, alimentar quem ficou sem alimento e para ajudar a refazer os bens perdidos, mais uma vez se evidenciou e deu a conhecer o Povo Português.
Nada poderá levar a esquecer a tragédia; mas também não mais poderá esbater-se tão extraordinário movimento de solidariedade.
Desnecessário foi o modo das interpelações partidárias motivadas por falhas na maneira com que se lidou na inesperada e inusitada situação. E então também aqui se revelou mais uma face do Povo Português.
 
Outro acontecimento que contribuiu para dar a conhecer o caráter deste Povo – motivo de enorme alegria – foi, sem dúvida a visita do Papa Francisco, por ocasião do centésimo aniversário das Aparições em Fátima. Sua Santidade sorriu, dialogou, canonizou e abençoou. Por seu lado, o Povo protegeu, vibrou, admirou e rezou.
Assim tendo acontecido, Portugal não mais irá esquecer-se deste contacto e momento espiritual; e por ele, a História decerto, irá enriquecer-se.
Se a força vem do Povo, desde já ficamos a saber que o País está muito bem escorado para levar a cabo um programa repleto de valores, de confiança, de sustentabilidade, de interação construtiva, de tranquilidade e de modelo a seguir. Que, enfim, poderá construir a própria felicidade.
Assim pense e atue quem governa!
 
Como acima disse, não tomei parte na festança de fim de um e de começo de outro ano. Mas com a calma que procuro manter em determinados movimentos coletivos

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