Atravessar o rio a vau
Penso que não há ninguém que me desminta, se afirmar que só no verão é que consigo atravessar o rio a vau, sem molhar os pés, muito embora, possa surgir um grave desequilíbrio em cima duma alpondra, e vá sujeitar-me a uma arreliante molha que me fará cair na cama. Isto acontece, quase só, devido a algum descuido grave, ou então à confiança que tenho, criada pela rotina. Devo, pois, estar atento ao conselho: “Lembra-te de que, mesmo que atravesses o rio a vau, é possível que algumas vezes te vejas obrigado a molhar os pés”.