Hélder Nunes resiste ao ataque e vence na chegada a Bragança da Volta a Portugal
Foi um final impróprio para cardíacos mas Hélder Nunes (Credibom-LA Alumínios - Marcos Car) venceu a terceira etapa da Volta a Portugal, a mais longa da edição deste ano, com chegada em Bragança.
O ciclista da Credibom, equipa orientada por Hernâni Brôco, integrou uma das fugas do dia, juntamente com o norte-americano Caleb Classen (Project Echelon) e Tiago Leal (Radio Popular – Paredes – Boavista). Uma fuga que esteve pendurada por menos de um minuto após a primeira das duas passagens pela meta e que resistiu à subida ao circuito do turismo, no monte de S. Bartolomeu.
O pelotão colou aos três fugitivos já com a meta à vista, junto ao Parque do Eixo Atlântico, em Bragança, mas Hélder Nunes fez um esforço final para vencer ao sprint os dois companheiros de fuga, com o olímpico Iúri Leitão (Caja Rural) a chegar um segundo atrasado, com Santiago Mesa (Efapel), Tomas Contte (Aviludo – Louletano – Loulé), Francisco Campos (Ap Hotels – Tavira – SC Farense), Francisco Peñuela (Caja Rural) e Pedro Silva (Anicolor/Tien 21).
O espanhol Pau Marti, camisola amarela, cortou a meta um segundo depois, integrado no pelotão, no décimo lugar. “Foi um dia muito bonito com a camisola amarela, dá uma força extra. Foi um percurso duro, com muito calor”, frisou Marti, que subirá ao alto da Senhora da Graça, em Mondim de Basto, ainda de amarelo, este domingo.
Quanto a Hélder Nunes, desabou em lágrimas mal cortou a meta, após cumprir um sonho de criança. “Tentei todos os anos, tive mais dias maus do que bons, hoje foi o meu dia. Era um sonho que tinha, de ganhar uma etapa da volta”, disse, ainda emocionado. Recusando a ideia de ser um campeão – “sou um mediano ciclista”, diz que foi a fé que o levou ao triunfo. “Hoje acreditei em mim. Passo bem a média montanha e hoje concretizei um sonho. Esta vitória vai para a minha mulher, sempre acreditou em mim, mais até do que eu”, sublinhou.
Hernâni Brôco, que enquanto ciclista chegou a vencer no alto da Senhora da Graça, diz que Hélder Nunes merece esta alegria. “Merece, é um jovem com muito talento”, sublinhou. “Foram muitos anos a sonhar com esta vitória. No autocarro sempre disse que gostava de proporcionar aos meus ciclistas uma vitória como eu tive. É um projeto em crescendo, de sempre apostar em jovens portugueses”, concluiu.
Na geral, Pau Marti mantém dois segundos de vantagem sobre o russo Artem Nych (Anicolor/Tien 21), com Rafael Reis (Anicolor/Tien 21) em terceiro, a 15 segundos. Domingo disputa-se a quarta etapa desta 86.ª edição da Volta a Portugal, entre Bragança e o alto da Senhora da Graça, com 182,9 Km.
Fotos: Guilherme Moutinho
