A opinião de ...

I Epistola do Interior

Aos Deputados
Catarina Martins
Jerónimo de Sousa
 
Excelências
Quem acompanha a política nacional não pode esquecer o vosso percurso partidário e político especialmente nos últimos dez anos.
Uns acusam-vos de oportunistas, outros de vendedores de banha da cobra. Há ainda quem pense que o vosso catecismo político é a demagogia e há os que vos acusam de prometerdes tudo a todos como «sol na eira e chuva no nabal».
Mas eu sei que há quem vos deteste, que há quem vos odeie e que há quem vos abomine!
Também sei que há uma guerra entre os vossos partidos por causa das «audiências» como nas televisões.
Há sindicatos controlados pelo PCP que lutam mais contra os sindicatos controlados pelo BE do que, propriamente, contra os sindicatos controlados pelo PSD com os quais se aliam, às vezes, contra os sindicatos controlados pelo PS.
É evidente o esforço do PCP para captar votos de descontentes do PS e não os deixar cair no colo do BE. Como é evidente a luta do BE em captar votos do PS e , assim, evitar o reforço eleitoral do PCP. Ao fim do 3º ano da legislatura compreendem-se muito bem as razões que levaram os vossos partidos a apoiar um governo do PS.
O povo sabe que quem ganhou as últimas eleições legislativas foi Pedro Passos Coelho e o PSD e quem as perdeu (não por poucochinho como Seguro) foi António Costa e o PS.
Perante esta escolha clara e objectiva feita pelo povo os derrotados tinham de reagir e então decidiram (e bem) apoiar um governo de derrotados. E conseguiram!
E em 3 anos este pais já não parece o mesmo!
Em 3 anos este povo está com este governo como «Dios con sus anjos».
Temos um Interior muito mais pujante e desenvolvido económicamente!
Temos um Interior a «rebentar pelas costuras» com o regresso de milhares  que vieram do litoral e que quiseram regressar às origens. Por causa das condições de vida que Interior oferece fruto das politicas públicas e privadas levadas a cabo  pelo vosso governo e do PS. No campo da saúde as melhorias são claras e notórias. O helicóptero ficou em Macedo e assim pode servir melhor toda a região transmontana. As vagas de especialidades (até se arramam) e foram todas ocupadas. E mais que houvesse.
O tempo de espera de todas as consultas foi reduzido drásticamente. Ao ponto de os do Interior começarem a queixar-se e quando acabam (de se queixar) já estão a ser atendidos.
No campo dos transportes públicos no Interior já estamos próximos da área metropolitana de Lisboa. Os passes sociais no distrito de Bragança tiveram um procura tal que as 12 câmaras do distrito, numa parceria inédita, decidiram incluir nos seus orçamentos uma verba de 80 milhões de euros para suportar os passes sociais.
No campo da agricultura a mudança é brutal. Nunca se investiu tanto no apoio à agricultura como nos últimos 3 anos. ao ponto de o Sr. Ministro da agricultura ter de dizer em Macedo que «não podemos apoiar (mais) a agricultura por causa da seca porque a agricultura é uma actividade de risco como qualquer outra» e que «o governo também não apoia os restaurantes que vendem menos refeições e as sapatarias que vendem menos sapatos».
No campo das ligações rodoviárias mais e melhor do que este «vosso» governo só o governo do Sócrates. A ligação de Vinhais à A4 foi inaugurada no passado dia 1 de abril de 2018 pelo Dr. Américo Pereira (presidente da Câmara de Vinhais) e pelo Dr. Armando Vara, banqueiro reputadíssimo, que cortou a fita com a mesma «nabalha pliqueira» que usou nos anos 90 na inauguração do IP4 que fez em Mirandela com o presidente de Bragança Luís Mina.  A ligação da Linha do Tua até à Puebla foi inaugurada ao mesmo tempo que os carris da linha eram roubados em Macedo com destino «ò bar» do tonho guiços no «alto de espinho maronês». A ligação de Vimioso a Bragança foi inaugurada no mesmo dia que fechou a estação dos CTT daquela vila e que levou os carteiros para Miranda do Douro contentes pela estrada nova. Por causa da remodelada rede rodoviária do distrito de Bragança passámos  a ter uma rede de metro criada pela Rodonorte, uma carris de Bragança criada pela Santos, uma rodoviária de Bragança criada pela Rede Expresso e pela EVA e uma CP internacional que liga Bragança a Espanha, França e Bélgica criada pela Internorte.
E se em tempos se criticavam os «velhos do restelo» de Lisboa também, agora, em Bragança temos «os velhos do Castelo» que não se cansam de dizer que isto agora está pior do que no tempo dos Rapazotes.

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