O inquérito ao submundo da vergonhosa gestão da TAP
Depois de meses de trabalho e milhares de horas consumidas em cerca de meia centena de audições para tentar investigar os contornos da catastrófica e vergonhosa gestão da TAP desde finais de 2022 a princípios de 2023, a CPI, Comissão Parlamentar de Inquérito, acaba de dar por concluídos os seus trabalhos, aguardando-se agora, com natural interesse e curiosidade, a apresentação do relatório final, prevista para o dia 13 de julho, isto se, à boa maneira portuguesa, não for adiada para depois das férias, ou para outra data mais oportuna. Vamos vendo e esperando.
Para os menos identificados com o processo da TAP, recordo que esta grave crise desenvolvida no seio da companhia foi gerada nos gabinetes do Ministério das Infraestruturas, primeiro sob as ordens do Dr. Pedro Santos e depois do Dr. Galamba, acabando por ser despoletada pela atribuição da indeminização faraónica de meio milhão de euros à gestora demitida Eng.ª Alexandra Reis, a qual viria a revelar o gigantesco icebergue de outras ainda mais escandalosas, forçar a demissão de vários secretários de estado e do Dr. Pedro Santos, promover a ministro o Dr. Galamba e culminou com a mal explicada exoneração da CEO da TAP, restando agora esperar que, para além de tudo o mais, o relatório esclareça se:
- Este processo não será mais uma mistificação e/ou uma vulgar manobra de diversão;
- Com base no que transpareceu das audições dos ministros e secretários de estado, à semelhança do que, neste país do “nacional porreirismo” costuma resultar das audições parlamentares, desta vez, ainda que a ferros ou por cesariana, a montanha ainda terá condições para parir um rato.
Aqui chegados, para distinguir os altos serviços prestados à nação pelas principais vedetas deste e de outros vergonhosos espetáculos, porque não aproveitar a embalagem para instituir as condecorações para os novos tempos, tais como:
1 – “ Grã Cruz da Língua de Papagaio” para quem palra horas a fio sem dizer uma só palavra de interesse;
2 - “ Grã Cruz da Malagueta” para quem, julgando-se acima de toda a suspeita, se justifica mentindo desavergonhadamente;
3 – “Ordem da Memória” para todos aqueles que, quando questionados, apenas sabem dizer que…já não se lembram de nada;
4 – “Medalha da Honra e da Dignidade” para quem se justifica dizendo candidamente que há engano e que nada é da sua conta;
5 – “Grande Colar da Hipocrisia e da Vergonha” para os vaidosos/as, presumidos/as e pedantes que se servem de todas as oportunidades para alardearem a sua incompetência e sua futilidade;
6 – “Ordem da Guia de Marcha” para a prisão efetiva para todos os que se locupletam com o que não lhes pertence, nem que para isso tenham de alinhar nos mais asquerosos e condenáveis esquemas de corrução.
