A opinião de ...

De quando em vez……

Heróis sem nome
 
Há muita boa gente que diz que não existem heróis. Curiosamente passo por eles quase todos os dias, mesmo invisíveis continuam a existir.
A Maria Helena que trata os pais Acamados é uma heroína. O jovem que resgatou a criança que caiu no metro não quer que lhe chamem herói.
Os tripulantes dos aviões e helicópteros da Força Aérea que alheios às condições meteorológicas adversas ou em casos de acidentes em terra ou no mar, estão sempre presentes na busca e salvamento dos que dele precisam a qualquer do dia ou da noite.
Dizem presente, e que querem que lhes chamem heróis. Estão a cumprir a sua missão de defesa dos cidadãos de qualquer nacionalidade ou etnia.
Os heróis não têm que morrer apenas na guerra nem ter patentes militares.
Os heróis andam no meio de nós.
Nos serviços públicos quando vestem a camisola, nos hospitais quando a sua dedicação supera o ordenado. Nas corporações de bombeiros a combaterem a “incúria” do País, muitas vezes até à morte, como é do conhecimento público.
O herói vive a sua vida plenamente. Cumpre-a no gesto, mesmo que desconheça o seu desfecho. O herói redime o que resta duma humanidade à deriva, que se fez devorar pela imagem na fotografia de perfil.
Alheios ao valor da palavra, esquecidos dos valores fundamentais, cultivamos o desconhecimento. Pior a indiferença. Se o outro cai, que se levante, não damos a mão, ele que se desenvencilhe. Enfim, esquecemos a queda dois passos depois.
Há dias, assisti a um jovem casal que se levantou quando entrou um idoso num autocarro.
Os dois em simultâneo. O idoso recusou o assento. Mas o gesto foi lindo!
E ali redescobri a esperança na humanidade.

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