Carlos Fernandes

Reserva de Índios? Não obrigado (V)

Senhor Ministro
Eu não quero massá-lo com coisas de «lana caprina» e por isso vou deixá-lo em paz e pedir -lhe desculpa pelo incómodo que estou a causar-lhe. Porém, antes de acabar deixe-me dizer-lhe algumas coisas que são importantes para as pessoas que vivem e trabalham nos 74000 há que constituem o PNM.
Nós queremos continuar a viver e a trabalhar nas nossas aldeias como nos ensinaram, como aprendemos e da forma sustentável como temos feito até aqui. Sabe sr. ministro nós somos um bocado teimosos...


Reserva de Índios? Não obrigado (II)

Senhor Ministro do Ambiente
Excelência
Começo por dizer, respeitosamente, que o facto de termos o mesmo apelido (Fernandes) tenho todo o gosto em lhe dizer que tenho muito prazer em não sermos parentes.
Dizer-lhe que gostava muito que não visse esta carta (epistola) como um ataque pessoal ou descabido mas, sim, como uma tentativa de lhe dar conhecimento de algumas coisas que o senhor, naturalmente, não conhece.
Dizer-lhe também que o seu ministério tutela serviços que ou não existem, ou não funcionam ou, então, funcionam mal como o ICNF.


Reserva de Índios? Não obrigado (I)

As populações das 76 aldeias integradas nesta área protegida estão contra a existência desta área protegida.
Estas populações sentem-se enganadas, condicionadas e perseguidas porque não foi para isto que o P.N.M foi criado em 1979.
São donas inquestionáveis do seu património rústico mas não o podem rentabilizar , à vontade, porque há vários diplomas legais que condicionam e restringem o «seu» direito à propriedade privada garantido na C.R.P.
Há que questionar, claramente, se tais diplomas legais respeitam ou não o espirito e a letra da C.R.P.


III Epístola do cimo de portugal aos donos disto tudo

Podeis pensar q’uestas cartas que bos screbo são contraditórias e que «nun dá a mocha coa cornuda». Mas pensando assim nun pasais duns tacanhos intelectualmente fracos.
Screbos bos estas cartas p’ra berdes c’agradeço munto a Deus ter-me esta memória que tanto bos atormenta e da qual m’orgulho munto.
A última bancarrota entre 2007 e 2011 é filha legítima de Sócrates (o homem mais sério do mundo) e da squerda que tanto gabais. Nun é zorra... Ou já nun bos lembrais...
P’ra sair dela tebe que ser assinado um assento de casamento coa troika. Já nun bos lembrais...


Dá que pensar... Não vale tudo...

Dois anos de pandemia deveriam ser suficientes para pensarmos naquilo que queremos, naquilo que somos e naquilo que andamos cá a fazer. Mas parece que não chegam.
Continuamos a ver pessoas que se acham eternas, insubstituíveis, para quem o mundo e a vida giram á sua volta e se comportam como se fossem os donos disto tudo.
Dizendo que vivemos em democracia ainda não fomos de deixar de ser uma sociedade salazarista e corporativa ou uma sociedade comandada por várias corporações.


II Epístola do cimo de Portugal aos donos disto tudo

Senhores
Eu bem sei que desde a rebolução francesa, no séc. XVIII, bos preocupais munto em dibidir a politica entre squerda e direita. Dá-bos jeito que seja assim. E pronto.
Tudo o que bem da squerda é bom. Tudo o que fai a squerda é bom e bem feito. A squerda é progresso, desenbolbimento, pleno emprego e postos de trabalho c’até s’arramam.
E tudo o que bem da direita é mau. Tudo o que fai a direita é mau e mal feito. Nem squer admitis que o mau pode ser bem feito.
E co’isto bos entreteis há mais de 200 anos.
Mas nun é bem assim.


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