Editorial - António Gonçalves Rodrigues

O serviço militar obrigatório ou uma outra forma de o Estado dizer presente

Durante séculos que a presença militar foi condição de desenvolvimento de territórios dentro das fronteiras, mais do que bastião de proteção das populações.
Quando D. Afonso Henriques decidiu autopromover-se de Conde a Rei – nada contra – passou a utilizar a presença militar como fator de fixação de gente e elemento definidor das fronteiras com os reinos vizinhos.


Acabou o recreio

Enquanto estudante, o momento mais ansiado era, também, o mais temido. Se o toque da campainha indicava que era hora de deixar a sala de aula e ir para o recreio, novo toque, passado um piscar de olhos (era a sensação com que ficava qualquer estudante) indicava a obrigação de regressar ao mundo real, arregaçar as mangas e tomar novamente o lugar à secretária de trabalho.


Um Presidente à espera de Moedas?

Se o objetivo do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, ao dissolver um parlamento de maioria estável era clarificar alguma coisa, o tiro saiu pela culatra.
Em novembro, Marcelo decidiu fazer tábua rasa da lei da República, que estabelece que as eleições Legislativas servem para eleger deputados para o Parlamento e não um Primeiro-Ministro, recusando uma solução que já tinha sido usada por um seu antecessor, Jorge Sampaio, que se arrisca a ficar para a história como o maior estadista a passar pelo cargo.


A importância de um voto

O meu avô António era um tipo peculiar. Criado no seio de uma família de lavradores, durante o Estado Novo, desenvolveu uma série de regras mentais e temores. Sempre me disse, em período eleitoral, que era importante ir lá à urna deitar o voto. Não tanto pela preponderância da escolha mas “para que eles [subentendia eu que eles eram os que mandavam] não vejam depois nos cadernos quem não votou” e não prejudicassem os abstencionistas.


Campanhas

Cada vez mais se percebe menos o que cada partido defende durante a campanha eleitoral para as Legislativas. Com três atos eleitorais em menos de seis anos (2019, 2022 e 2024), à razão de uma campanha a cada dois anos, tem-se assistido a uma ‘futebolização’ da política.
Correndo o risco de me repetir, aquilo que se vê nas televisões, ouve nas rádios e lê nos jornais nacionais, é a repetição de frases feitas e resposta a perguntas sobre a polemicazinha do momento, com a análise exaustiva do discurso durante as horas seguintes, sobretudo à noite.


Quem nos dá de comer...

Tem sido entretida a campanha eleitoral, com intensos e longos debates nas televisões... entre comentadores, sobre os curtos e vazios debates dos candidatos.
No meio do ruído da discussão, não se ouve nenhum argumento. O problema é que cada vez se discute pior.


Lutas e lutas

Ao longo dos últimos oito dias, a agricultura no Nordeste Transmontano passou por vários estados de alma, indo do assalto ao sobressalto, até terminar no expectante.
Desde a passada quinta-feira que os agricultores da região deram mostras de uma união pouco comum, uma conjugação de esforços e vontades raras de se ver cá pelo burgo.
A manifestação, que nasceu de um descontentamento generalizado do setor, levou ao ajuntamento de cerca de duas centenas de tratores no coração do distrito e, inclusivamente, ao corte da A4.


Comprometimento

Enquadrado nos 80 anos da Consagração do Concelho de Alfândega da Fé ao Coração Imaculado de Maria, aquela vila acolheu o congresso denominado “IMPLICA-TE”, que contou com a intervenção do bispo de Bragança-Miranda, D. Nuno Almeida, a fechar os trabalhos (ver noticiário na página 24).


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