Armando Fernandes

 

 

Mons. José de Castro

Há dias encontrei num alfarrabista lisboeta o opúsculo titulado Elogio de Mons. José de Castro, dado à estampa em 1969 pela Academia Portuguesa da História. Trata-se do relato da sessão de dois de Dezembro do ano anterior, na qual o Marquês de São-Paio fez o elogio do seu antecessor na cadeira académica.


O Túnel

Antes de encetar esta crónica li alguns poemas de Fiama, poetisa maior, escorados nos seus relances pontilhados a estile sobre o extraordinário poeta do Marão, autor de Marânus, o qual devia ser lido e comentado, a sério, em todas as Escolas transmontanas. Trata-se do grande visionário Teixeira de Pascoaes, também autor do inebriante Regresso ao Paraíso. Os transmontanos são muito ciosos das suas joias, de tal forma que as escondem. Ora, Pascoaes é uma fascinante pedra preciosa.


Cantarinhas

Do emaranhado de obras dedicadas à cerâmica portuguesa destaco dois pequenos opúsculos da autoria do polígrafo e escritor de sucessos literários que mais venda tiveram nos finais do Séc. XIX e alvores do Séc. XX, Albino Forjaz de Sampaio, e outro da autoria de Carolina Michaelis de Vasconcelos. Essas duas singelas quão importantes espevitaram-me a curiosidade de procurar entender as múltiplas operacionalidades dos barros, porquanto aos signos simbólicos continuarei a estudá-los sem esperança de os entender plenamente.


PASCOELA

Nos idos da meninice e adolescência a Pascoela no meu sentir e sentidos era a continuação da Páscoa, mais florida, mais garrida nas tonalidades, embora no referente à aldeia dos prodígios, Lagarelhos para o leitor desprevenido tomar nota, as pascoelas e as violetas ganhassem em número no bordar as bordas dos caminhos.


Folar simples

A receita dactilografada em papel timbrado – Escola Comercial Azevedo e Silva, Lourenço Marques – chegou-me na companhia de outras, amável oferta de senhora transmontana, orgulhosa de o ser.
Lá, na sedutora cidade hoje Maputo, nunca por nunca se esquecia de celebrar a Páscoa. A falta de alguns produtos levou-a a conceber uma receita desprovida de arroubos cárnicos tão gostosos como raros ao tempo em Moçambique.


Vesguice

Não é sobre a física, essa disformidade, entendo-a como cousa natural, fruto de uma anomalia, devendo ser encarada de frente, independentemente das jocosidades inerentes à malícia atreita a salientar os aleijões de cada um. Os zarolhos referem os mancos (coxos), os manetas salientam os pernetas, e tutti-quanti.


MENSAGEIRO

No ano transacto este jornal comemorou 75 anos de existência, resultando da evocação da efeméride uma obra da autoria de César Urbino Rodrigues onde são salientados de forma cronológica pontos de referência a fazerem a prova/provada de o Mensageiro estar ao serviço da Região.
Falar de obras deste género pode redundar num breve e fácil registo laudatório, sempre actual desde há séculos, ficando quem o escreve duplamente satisfeito, por um lado varreu a testada, por outro julga ter produzido satisfação ao ego do ou dos autores.


Assinaturas MDB