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A Páscoa da vida

Para os Cristãos, aproxima-se o mais importante período do ano, o da Páscoa. É aquele domingo em que se assinala a Ressurreição de Cristo, o triunfo da vida perante a morte, fundamento da nossa Fé.
O termo Páscoa no idioma português deriva dos termos “Pesach”, do hebraico; “Pascha”, do latim; e “Paskha”, do grego.
Originalmente, é uma comemoração de tradição judaica que relembra a libertação do povo hebreu da escravidão no Egito. Segundo a tradição hebraica, a realização da festa aconteceu por uma ordem enviada por Javé a Moisés, que, em seguida, a transmitiu aos hebreus. A Páscoa judaica relembra a passagem do anjo da morte durante a execução da décima praga do Egito, anunciada por Moisés.
A Páscoa para os judeus é chamada de “Pesach”, que significa “passagem” em português.
No entanto, a Páscoa Cristã possui um significado diferente da comemorada pelos judeus.
O seu real significado está relacionado com a crucificação, morte e ressurreição de Cristo que aconteceu ao terceiro dia.
Como lembrava a Conferência Episcopal Portuguesa, numa mensagem publicada a 27 de março de 2021, a celebração anual da Páscoa do Senhor é o dia por excelência da passagem à vida nova, a festa das festas cristãs. Por isso, o grito da Igreja que nasceu da Páscoa está inundado pela admiração, exultação e alegria: «este é o dia que o Senhor fez: exultemos e cantemos de alegria» (Salmo 117). O encontro com o Ressuscitado transfigura o coração e é a razão para acolher o precioso dom e o compromisso da fraternidade e do cuidado integral.
Como diz o sacerdote na eucaristia, "o amor de Cristo nos uniu".
Os últimos dois anos foram especialmente difíceis para a humanidade, com a pandemia a tomar conta das nossas vidas.
Perderam-se milhares de vidas sem que nada se pudesse fazer. Muitas famílias viram os seus entes queridos entrar na viagem da eternidade sem possibilidade de fazer o devido processo de luto, por razões sanitárias. Não poder participar num funeral, numa última despedida, deixa uma ferida aberta que nem o tempo parece apagar.
Dois anos depois, voltamos lentamente à realidade ritual a que nos habituámos.
Os funerais voltam a ser participados e a permitir a despedida, uma das etapas fundamentais no processo de luto, como forma de fechar uma porta, ainda que dolorosa.
Equanto perdurar a memória, a obra feita em vida não é esquecida.
Como dizia a CEP, "não deixemos que se extinga a esperança da Páscoa! Sem ela a vida torna-se árida, insuportável, sem sentido. Cristo ressuscitado e glorioso é a fonte profunda da nossa esperança viva. «A sua ressurreição não é algo do passado; contém uma força de vida que penetrou o mundo. Onde parecia que tudo morreu, voltam a aparecer por todo o lado os rebentos da ressurreição. É uma força sem igual. (…) Cada dia, no mundo, renasce a beleza, que ressuscita transformada através dos dramas da história. (…) Esta é a força da ressurreição» (EG 276).

Uma Santa Páscoa a todos.

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3879

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