A opinião de ...

2 -Migrações, sim e sempre, mas assim, não

(continuação)
A continuar tudo na mesma se, atempadamente, nada for feito para travar a nossa tendência atávica do “deixar andar e deixar correr, que depois logo se verá” e de resolver tudo em função dos interesses imediatos, individuais ou de grupo, os atuais problemas gerados pela migração massiva de milhões de pessoas a nível global, continuarão a crescer exponencialmente, correndo o risco de ficar fora de qualquer controlo.
Aqui chegados, já não há mais como esconder ou ignorar esta realidade que, nas atuais condições sócio económicas, tem tudo para continuar a crescer, a qual, mais cedo ou mais tarde, acabará por se transformar num gigantesco barril de pólvora, pronto a rebentar a qualquer momento, capaz de reduzir a escombros a história, os fundamentos e os princípios da nossa civilização de povo independente, livre e democrático e tornar o nosso futuro e o futuro dos nossos filhos numa grande incógnita.
É que, e vamos ser realistas, está a esgotar-se o tempo de continuar a ignorar a realidade do pequeno país que somos e, muito especialmente, do país quer queremos e podemos ser, bem como de perder mais tempo a ouvir a verborreia comicieira e sem sentido de grande parte das elites políticas, cuja única preocupação, para garantirem o “empreguinho” , é não fazer ondas, respeitar as ordens do chefe, defender sempre e só o que é politicamente correto e ludibriar os seus eleitores dizendo-lhes apenas o que eles gostam de ouvir.
Foi assim, numa espécie de clima de boa vai ela e de forrobodó, que a política das migrações se afundou no atual descalabro, que devia fazer corar de vergonha os responsáveis por esta política vergonhosa de fazer com que um país com os problemas, as limitações e os constrangimentos que temos, para atrair sabe-se lá bem o quê, se transformasse numa espécie de plataforma giratória, a partir da qual é possível demandar outras paragens na Europa e de continuar a vender a ideia falaciosa de que este cantinho, a oeste da Europa, é o lugar ideal para melhorar de vida, onde tudo é fácil e tudo são rosas, sol e praias, simpatia, generosidade e solidariedade dum povo acolhedor como nenhum outro, e com a Espanha, a França, a Inglaterra ou mesmo a Alemanha ali tão perto.
Por isso, no atual contexto geopolítico, social e económico que o mundo atravessa, sem contestar o direito sagrado que assiste a todas as pessoas de procurarem uma melhor qualidade de vida, para sermos honestos com nós próprios e com quem pretende emigrar para o nosso país, manter esta espécie de política de migrações a granel, com todas as letras, não.

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