A opinião de ...

Uma escola de vida!...

O Mensageiro de Bragança completa 75 anos de vida. Parabéns!...
Lembro-me das suas reduzidas instalações limitadas a um pequeno cubículo, no edifício do Patronato. Era adolescente, mas interessado pelas questões da comunicação. Fruto, talvez, da minha ligação à E.P.S.A.- Izeda, orientada pela comunidade Salesiana.
Ainda hoje guardo essa imagem. É certo que, por vezes, as organizações não se medem pela sua dimensão, mas sim pela capacidade de se desenvolverem, crescerem e se tornarem apelativa e sustentadamente grandes.
Por via da minha ligação salesiana ao senhor Inocêncio Pereira, nos meados da década de oitenta, fui convidado para colaborar com o jornal diocesano. Ensaiei, a partir daí, a minha verdadeira iniciação ao jornalismo ativo.
Inexperiente, senti as dificuldades inerentes a quem se expõe a escrever para o público, sobretudo opinativamente, numa altura em que os recursos e a interação comunicativa eram bem diferentes do jornalismo atual.
Ultrapassando muitas adversidades, iniciei, então, uma ligação afetiva ao Mensageiro, passando a ser um colaborador voluntário residente, principalmente como responsável pela informação/coordenação desportiva, desenvolvendo, ainda, um intenso trabalho relacionado com o setor da publicidade.
Parece que ainda foi ontem!... Mas os anos passam depressa!...  
E se, este ano, o Mensageiro de Bragança celebra os 75 anos de vida, não posso deixar de recordar as celebrações que marcaram o meio século de vida. O entusiasmo do senhor Inocêncio e a serenidade do então diretor, Padre Abílio Miguel. 
Foram comemorações dignas de um grande jornal, que incluíram a participação das forças vivas da região e de figuras da governação.
O Mensageiro tornara-se, na verdade, uma referência no panorama da comunicação social regional, com positivas influências no pulsar e desenvolvimento da região.
Sob a direção do Padre Abílio Miguel, o Mensageiro, exibindo, religiosamente, a identidade com Bragança, cresceu muito. Atualizou-se tecnologicamente, e confortou-se financeiramente.
Ao longo de três décadas, só não fui colaborador, durante o período diretivo, responsável pela alteração do título para Mensageiro Notícias.
Regressei com a tomada de posse, como diretor, do Padre Sobrinho Alves, a convite do administrador, Manuel Pereira, com os quais procurei colaborar na tentativa de reorganizar, sobretudo, ao nível financeiro, de novo, em Bragança, o Mensageiro.
Com os atuais responsáveis, a minha disponibilidade, para com o Jornal da Igreja Nordestina, continua manter-se viva, de forma gratuita e desinteressada.
É certo que falar do Mensageiro, atualmente um jornal diferente, num espaço limitado, torna-se difícil. Gostaria de dizer muito mais, certamente. Todavia, não deixo de salientar que emprestei, voluntariamente, ao Mensageiro, muita da força e do querer, no auge da minha vida, mas também devo referir que foi, e continua a ser, para mim, uma lição…uma escola de vida, que me motivou e ajudou a crescer e a ser!...

Edição
3505

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