Legislativas 2025: Montenegro arriscou tudo e ganhou quase tudo
Decorreram no passado 18 de Maio, as votações das litas concorrentes às eleições de deputados à Assembleia da República. Ressaltam quatro conclusões maiores: a) o líder da AD (PPD-PSD+CDS/PP), Luís Montenegro, apostou tudo ao provocar estas eleições, e ganhou quase tudo, eventualmente até, o perdão dos seus presumíveis «pecados» de «espinhos vivos»; b), Pedro Nuno Santos apostou tudo nestas eleições e perdeu tudo, inclusivamente o estatuto de principal partido da Oposição face à paridade de deputados embora não de percentagem de votos com o Chega; c) o Chega afirmou-se como partido do «sistema», legitimado pelas asneiras idiotas da Esquerda, PS incluído, que, em vez de atender aos problemas levantados pela imigração, pela segurança e pela perda da identidade nacional, hostilizou sempre as questões levantadas apelidando os que as colocavam de «populistas» e «reacionários» quando o reacionário é aquele que não quer dialogar nem pensar no que está diante dos olhos, d) o Chega é o verdadeiro vencedor destas eleições porque os resultados revelam que a agenda do Chega é pertinente, quanto mais não seja porque atual no plano internacional, com exceção da idiotice populista do rendimento básico universal, que mais não é que dar o mesmo a todos, independentemente do seu contributo para o mealheiro comum.
Uma vez que as eleições, em democracia, são um método de eleição de dirigentes, o POVO elegeu Luís Montenegro para Primeiro-Ministro e responsabilizou-o pela construção de uma plataforma de governo estável. Como não lhe foi dada maioria, terá de se entender ou com com o PS ou com o Chega e estes terão de se «submeter» inteligentemente à AD (PP/PSD+CDS/PP).
Tal como na generalidade da Europa, o POVO continuou a virar à direita, o que já tinha feito desde 10 de Março de 2024: a Esquerda, só obteve 35,08% dos votos úteis (sem brancos nem nulos), percentagem que só é superior à que obteve em 1987 (34,32%). Em consequência, a Direita (AD, Chega, ADN e outros) obteve a segunda maior percentagem de sempre, 64,92%, a seguir à de 1987 (65,68%).
Em Bragança, Distrito, tudo muito natural: a AD ganhou (43,74%); o PS teve a sua expressão natural (25,43%) e o Chega continua a encher o balão das desgraças sociais (20,42%). Mesmo assim, não lhe chegou para um Deputado.
Há hoje, no Ocidente, um claro equívoco ideológico-prático por parte dos arautos da Esquerda. Enquanto os da Direita adoptam o ideário social da Esquerda, mesmo se populista, os da Esquerda fecham os olhos aos que minam a coesão política, social, cultural e, até, religiosa, protegendo os proxenetas, os irresponsáveis e marginais do sistema social e os que não querem trabalhar, prometendo tudo a todos independentemente do seu contributo para o mealheiro. A Esquerda é assim a grande responsável pela emergência e sobrevalorização do Chega, ao mesmo tempo que se tornou reacionária e incapaz de contribuir para o progresso económico, social, tecnológico e cultural.
O PS tem assim que sentar-se ao redor da mesa grande e partir a loiça necessária à restauração.