Na Senhora da Serra D. Jorge Ortiga disse que “é preciso ouvir os gritos da sociedade”
Centenas de pessoas subiram ao santuário de Nossa Senhora da Serra, em Bragança, para acompanhar a cerimónia de despedida, no passado domingo, com eucaristia presidida pelo arcebispo primaz emérito de Braga, D. Jorge Ortiga, que salientou que 8 de setembro “é o dia da Natividade de Nª Senhora”.
Na sua homilia, D. Jorge Ortiga, explicou que a Senhora da Serra é um sinónimo de “esperança encarnada, uma esperança criativa e ativa”, vincando ainda a importância de “passar a fé para a esperança do dia a dia”, bem como evocar a realidade da Serra “com tudo o que ela”. Porque “nesta evocação, com toda devoção a Nª Senhora, evocais a sua proteção, pedindo graças”, acrescentou.
Numa analogia entre Nª Senhora da Serra e Nª Senhora dos Campos, para lembrar a importância da natureza, D. Jorge Ortiga fez eco das palavras do Papa Francisco que defende a necessidade de escutar a sociedade. “É preciso ouvir os gritos da sociedade e da natureza”, realçou, ou seja, os gritos dos pobres e os gritos do meio ambiente. “Muitos são gritos envergonhados”, destacou o arcebispo emérito de Braga, sublinhando a pobreza envergonhada que esconde as necessidades e as dificuldades que enfrenta.
Desde 2015, entre o dia 1 de setembro e 14 de outubro, por iniciativa do Papa Francisco, celebra-se o tempo da criação, que este ano tem como lema ‘Espera e age como a natureza’. “Já era uma devoção que existia nas igrejas orientais e em algumas igrejas protestantes, mas agora existe na Igreja Católica. O dia 15 de setembro é o Dia Mundial da Oração pelo Cuidado da Criação. Para além de pedirdes as graças a Nossa Senhora deveis levar a mensagem convosco para que cada um de vós, as vossas comunidades, a Diocese de Bragança e a Igreja no mundo inteiro esteja empenhada no cuidado da natureza”, referiu o arcebispo emérito na sua homilia observando que o Papa diz que “a nossa fé tem de ser uma fé encarnada nas realidades, uma fé de devoções e não apenas de orações” para chegar “a compromissos bem concretos” pessoais e da própria comunidade.